ITC LaTam estreia discutindo expectativas para Open Insurance no Brasil

Maior evento do segmento segurador no mundo teve sua primeira edição dedicada ao mercado da América Latina – cibersegurança e benefícios de Opin estiveram no centro das discussões. A primeira edição do tradicional Insure Tech Connection (ITC) dedicada à América Latina, realizada em Miami em abril, promoveu uma série de trocas acerca dos desafios e oportunidades do mercado segurador.

Executivos de destaque explicaram, em suas falas, as particularidades do consumidor do território – como a preocupação com a sustentabilidade – e como corretores podem se beneficiar desse tipo de conhecimento.

Fase 3 do Open Insurance: expectativa de novos negócios
Um dos pontos focais do evento, no entanto, foi a discussão de cibersegurança e das expectativas para o Open Insurance no Brasil. Superintendente de produtos de seguros na B3, Ícaro Demarchi falou da fase 2 de implementação da iniciativa, que compreende o compartilhamento de dados com consentimento do usuário (leia mais aqui sobre todas as fases do Open Insurance). Para ele, porém, a fase 3 representará o grande avanço no fechamento de negócios. “Na minha opinião, apesar de ainda existir uma área cinzenta em relação a ela, será a fase que mais vai gerar negócios”, disse Demarchi. “Na fase 3, vamos ter o processamento das ordens dos clientes, com a possibilidade do open banking se conectar para fazer pagamentos de indenização e prêmios. O cliente também poderá fazer abertura de sinistros via open insurance, cotações de seguros e utilizar algumas oportunidades relacionadas a marketplace”, destacou.

A centralidade do cliente deve ser a tônica da terceira fase, e isso deverá favorecer o surgimento de novos modelos de negócio, explicou Demarchi: “No Brasil, o cliente acaba ficando a cargo do corretor. Temos cerca de 100 mil corretores no país, então teremos um desafio bastante interessante pela frente”. Na terceira fase, destacou o executivo, será possível se habilitar como sociedade processadora de ordem do cliente (SPOC). Com isso, novas SPOCs devem surgir para promover o ambiente e a infraestrutura tecnológica necessárias para os corretores. “A prestação de serviço para o ecossistema via SPOCs vai ser bastante relevante”, acredita.

Cibersegurança: momento de educar o mercado CEO da Latú, Paola Neira destacou o aumento do número de ataques cibernéticos: somente em 2022, foram registrados 146 bilhões de incidentes em todo o mundo. Os produtos de cibersegurança, segundo a especialista, não são suficientemente conhecidos por possíveis contratantes, e seus benefícios devem ser expostos por meio de ações educativas: “É preciso que se faça um processo educativo de conscientização da importância do cyber seguro, entender o que estamos protegendo. Ele é um produto muito dinâmico, que vai se adaptando à necessidade do momento”, explica.

A próxima edição mundial do ITC, programada para ocorrer de 31 de outubro a 2 de novembro em Las Vegas, contará com uma área especial dedicada ao mercado da América Latina. Saiba mais aqui.