O que a crise financeira das Americanas já deixou de legado ao mercado de seguros

Por UOL, maio de 2023.

A crise financeira anunciada pela rede de varejo Americanas deixou em alerta os executivos de mercado de seguros de linha financeira. Não é à toa: seguradoras de crédito têm contado as perdas após a divulgação da lista de credores da varejista. Entre os fornecedores apontados no documento, verificam-se marcas como Samsung (a quem a Americanas deve R$ 1,2 bilhão), Nestlé (R$ 259 milhões) e Nadir Figueiredo (R$ 52,1 milhões). Estima-se que será o sinistro mais alto, o que deve influenciar os requisitos das seguradoras daqui para frente. Longe de um fim, é preciso estar atento ao desenrolar desses processos para evitar problemas no futuro. 

Parte dos 7.967 credores da primeira lista do processo de recuperação judicial das Americanas – em especial os de médio e grande porte – contam com seguro de crédito comercial, produto que protege de potenciais calotes de varejistas. Para a concessão do seguro, se faz uma avaliação de cada um dos varejistas que são clientes dos fornecedores, que por sua vez recebem um limite de crédito a ser segurado com base nesta análise.

Diretores e executivos da própria Americanas preparam-se para acionar uma outra modalidade de seguro – o Directors & Officers, conhecido como D&O, que cobre despesas com defesa, acordos, indenizações e mesmo multas devidas em razão de atos de gestão geradores de prejuízo financeiro a terceiros. O seguro D&O também oferece gestão de crise, cobrindo custos de relações públicas para proteger a imagem pessoal do segurado. 

A recuperação judicial da Americanas é a quarta maior da história do Brasil. O maior caso de débito empresarial levado à Justiça foi o da antiga Odebrecht, que registrou dívida de R$ 80 bilhões. 

Entre os principais credores da Americanas estão os bancos Deutsche Bank (R$ 5,2 bilhões devidos), Bradesco (R$ 4,8 bilhões), Santander Brasil (R$ 3,6 bilhões) e BTG Pactual (R$ 3,5 bilhões).

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